Abri a porta do consultório. Na sala de espera uma querida paciente com uma sacola grande na mão esperava. Dei-lhe um beijo e pedi para entrar. Ela muito sorridente me disse: “Hoje trouxe um chimarrão pra nós”. Mais do que depressa minha mente voou para a obra do Luis Fernando Veríssimo e me vi na pele do próprio Analista de Bagé. Quase que eu digo: “Senta vivente, me passe esse mate topetudo e vamos proseando.” Vi-me entre os ensinamentos passados ao longo do curso e meu jeito acolhedor e sem frescura de ser. Aceitei o mate! Sei muito bem que a relação entre terapeuta e paciente tem de ser profissional, mas também sei que fazendo “cara de planta” eu não vou deixar meus pacientes à vontade para abrir sua vida, seus sofrimentos, mágoas e intimidades. Lembro-me que quando resolvi começar a fazer psicoterapia, pedi para minha professora Alzira para que me indicasse alguém muito “legal”. “Legal” para mim era alguém que me desse um oi sorrindo, me desse um abraço e um be...