“Olha minha filha, venha aqui, correndo. Tá vendo aquele velho barbudo? Olha, olha, que feio, ele vai te pegar e te levar embora”.
Foi o que eu ouvi de uma mulher num estabelecimento de São Luiz Gonzaga nessa semana. Ela estava falando de um morador de rua, um senhor maltrapilho que andava por lá, sem incomodar ninguém, sem provocar ninguém. Andava como um cidadão comum, como qualquer outra pessoa.
Pensei que o preconceito estava diminuindo com o avanço dos tempos, mas ainda temos muito para melhorar nesse quesito – e em tantos outros.
Aquela expressão tão comum entre os pais e crianças no passado, se fez real ali na minha frente, “...olha, é o véio do saco”. Porém assisti perplexa àquela cena por a mulher usar uma pessoa para intimidar a criança. Ambos não mereciam aquilo. A criança brincava inocente, corria com uma amiguinha e o homem não havia feito nada para ser alvo das palavras grotescas da tal mulher. Não bastasse uma, a outra mãe, da outra criança, entrou naquele “movimento” feio da companheira.
Quando o senhor passou novamente por elas, uma das mães pegou a criança menor e levou em direção àquele desconhecido, repetindo palavras feias e preconceituosas. A criança chorava e a mãe sem o mínimo de sensibilidade não reparava que estava lesando duas pessoas, a filha – pela angústia de separação e o medo, e o senhor – pela falta de respeito e inconveniência.
E aí não há como deixar de fazer uma pergunta:
- Que direito e
liberdade nós, como pessoas, temos para invadir o espaço do outro, falar de
coisas, da vida, do jeito, da roupa, da barba, do andar de alguém que nós
simplesmente não conhecemos. Que mania é essa da maioria dos seres humanos de
julgar pela roupa, pelo jeito, pelo carro, pelo andar, pelo dinheiro ou falta
dele, pelo TUDO?
Elas não tem parentesco com a “mãe Diná” e mesmo que tivessem não saberiam o que ocorreu ou ocorre na vida das outras pessoas para se chegar a uma determinada condição. Porque julgar então?
Julgar por coisas tão efêmeras, banais...por simples aparência.
Quando olhei para a
reação das crianças eu me certifiquei – mais uma vez -, que o preconceito é
implantado através dos pais, dos educadores, dos adultos. O senhor havia
passado várias vezes por aquelas crianças, elas não haviam reparado nele, até as
mães chamarem a atenção.Elas não tem parentesco com a “mãe Diná” e mesmo que tivessem não saberiam o que ocorreu ou ocorre na vida das outras pessoas para se chegar a uma determinada condição. Porque julgar então?
Julgar por coisas tão efêmeras, banais...por simples aparência.
Então, vamos procurar nos livrar desse MAL chamado PRECONCEITO, e assim, poder passar valores verdadeiros para as crianças, para que elas cresçam e disseminem a sementinha do bem, tratando todos de maneira igual e gentil, livre da discriminação.
Marianita K. Ortaça - Psicóloga
Publicado em Junho 2012 - Jornais: O Mensageiro e Jornal Missioneiro.
curti muito sua publicação,infelizmente estamos rodeados de preconceito,principalmente as crianças que são ensinadas a chamar o próximo de pobre,negro e assim por diante onde um tênis de marca vale mais que o ser humano,onde o preconceito ja cresce junto com as crianças,aqui em livramento ja vi muito vendedor de loja e tantas pessoas fazerem pouco de um simples homen de bombacha morador da campanha mas que vale muito mais que muitos engomadinhos da cidade.
ResponderExcluirBeatriz,
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado. Continue acessando o blog, sua opinião é muito importante. Um beijo