O Transtorno Bipolar é uma patologia que se tornou
popular nas conversas entre amigos nos últimos tempos. Assim, as pessoas
passaram a denominar fulanos de “bipolar”
pelo fato de o individuo oscilar o seu estado de humor, estando por vezes
triste, por vezes muito alegre e eufórico.
Devemos lembrar que altos e baixos são experimentados por praticamente
qualquer pessoa, e não constituem um distúrbio. As mudanças de humor do
distúrbio bipolar são mais extremas e mais duradouras que aquelas
experimentadas pelas demais pessoas.
Essa patologia não é algo assim tão simples de diagnosticar, e é considerada grave pois pode comprometer a vida do individuo quando não tratada.
Muitas vezes é confundida popularmente com “temperamento ou personalidade forte”, o que dificulta a procura por auxílio profissional (psiquiátrico e psicológico).
Essa patologia não é algo assim tão simples de diagnosticar, e é considerada grave pois pode comprometer a vida do individuo quando não tratada.
Muitas vezes é confundida popularmente com “temperamento ou personalidade forte”, o que dificulta a procura por auxílio profissional (psiquiátrico e psicológico).
Segundo a ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar), a patologia é caracterizada
por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos
alternando-se com episódios de euforia (também denominados de mania), em
diversos graus de intensidade. O transtorno Bipolar tipo I se caracteriza pela
presença de episódios de depressão e de mania, e ocorre em cerca de 1% da
população geral. Considerando-se os quadros mais brandos do que hoje se
denomina “espectro bipolar”, como o Transtorno Bipolar tipo II, caracterizado
pela alternância de depressão e episódios mais leves de euforia - hipomania, a
prevalência pode chegar a até 8% da população. Assim, estima-se que cerca de
1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores do TB, nas suas diferentes
formas de apresentação.
O
transtorno bipolar tem em sua origem alterações biológicas, sendo influenciado
por fatores ambientais e sociais, e sua expressão é psicológica. Da mesma
forma, o tratamento inclui intervenções medicamentosas, bem como, psicoterapias
e estratégias de intervenção psicossocial. O transtorno é crônico, mas pode ter
seu curso alterado favoravelmente pelo uso de estabilizadores de humor
(CORDIOLI, 2008 p 641).
A
ABTB ainda nos alerta, O TB
acarreta incapacitação e grave sofrimento para os portadores e suas famílias. A
família acaba por viver os sintomas, os medos, a ansiedade e manias que o portador
desse transtorno apresenta e por isso sofre muito, principalmente quando o
familiar portador se nega a buscar ajuda, ou desiste do tratamento (o que é bem
frequente). Dados da Organização Mundial
de Saúde, ainda na década de 1990, evidenciaram que o TB foi a sexta maior
causa de incapacitação no mundo. Estimativas indicam que um portador que
desenvolve os sintomas da doença aos 20 anos de idade, por exemplo, pode perder
9 anos de vida e 14 anos de produtividade profissional, se não tratado
adequadamente.
A mortalidade dos portadores de TB é elevada, e
o suicídio é a causa mais freqüente de morte, principalmente entre os jovens.
A psicoterapia para o transtorno bipolar tem
quatro objetivos fundamentais: melhora na adesão à farmacoterapia, prevenção de
recorrências dos episódios de humor, remissão de sintomas, auxílio no manejo
dos estressores psicossociais (Cordioli, 2008 p 643).
O transtorno bipolar é sério! O portador
precisa de ajuda e pode ter uma vida normal se seu tratamento for aceito e
conduzido de forma correta. A família, assim como a reinserção social
desempenha papel importantíssimo no tratamento do TB.
Referências:
Cordioli, A.V.
Psicoterapias: abordagens atuais – 3.ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.
Marianita Kutter Ortaça - Psicóloga
Publicado nos jornais: Missioneiro e O Mensageiro
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